Por Diego Simi
De 21 a 28 de agosto se comemora a Semana de Prevenção às Deficiências. Há menos de um mês do evento, a Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência) já organiza com seus profissionais uma série de ações para mostrar a importância de conhecer as deficiências e saber como preveni-las.
Assim como aconteceu em abril, na Semana Internacional do Autismo, a Apraespi planeja distribuir panfletos com orientações sobre prevenção para os quatro tipos de deficiência: física, auditiva, intelectual e visual. A Entidade pretende também promover palestras sobre o tema em escolas e igrejas da região.
A superintendente da Apraespi, Lair Moura, revelou ainda que está em fase de negociação com prefeituras e vereadores para implantar novos projetos preventivos no Grande ABC. “Minha ideia é que cada município tenha a sua ‘Semana de Prevenção às Deficiências’ e que se faça um balanço em cada ano para verificar o quanto se avançou e quais medidas serão tomadas para que menos crianças nasçam com deficiência”, explicou.
Semana ‘conectada’
Durante a semana, a Apraespi exibirá nas rádios Pérola da Serra (87,5 FM - de Ribeirão Pires) e Esplanada (92,5 FM - Rio Grande da Serra) boletins especiais falando sobre prevenção de deficiências, com entrevistas e comentários de profissionais da associação.
Todas as ações da Semana de Prevenção em Ribeirão terão destaque em tempo real na página www.facebook.com/APRAESPI.
Projeto
A Semana de Prevenção às Deficiências foi instituída no Estado em 1992, com projeto de lei elaborado por Lair Moura, então presidente da Federação das Apaes de São Paulo. O objetivo da lei é estimular a criação de projetos para diminuir a ocorrência de deficiências, já que 70% dos casos poderiam ser evitados com ações simples e de baixo custo.
“Não é ético e nem justo nós convivermos com tanta deficiências sendo que grande parte delas poderiam ser evitadas com ações que qualquer prefeitura pode realizar em parceria com a comunidade”, destaca Lair.
Dados do Censo 2010 revelam que quase 24% da população brasileira – 45,6 milhões de pessoas – têm algum tipo de deficiência. Houve aumento em relação ao Censo 2000, quando as pessoas com deficiência representavam apenas 14% da população.
A prevenção às deficiências se torna também uma questão econômica. O governo federal anunciou este ano que investirá R$ 7,6 bilhões até 2014 no programa Viver sem Limite, que atuará em parceria com estados e municípios nos eixos de saúde, educação, assistência e acessibilidade.
Apesar dos investimentos, a região do Grande ABC, assim como praticamente todo o território nacional, ainda encontra dificuldades no acesso à reabilitação. Na própria Apraespi, a maior unidade dos sete municípios, o número de pessoas aguardando atendimento, por falta de recursos do Ministério da Saúde, chega a 1,5 mil pessoas.
A Apraespi, no entanto, tem feito gestões junto a pasta para ampliar o teto SUS, que hoje é de pouco mais de R$ 5 milhões anuais. O necessário para atender a demanda atual são R$ 12 milhões, entre atendimento de reabilitação e dispensação de órteses, próteses e meios de locomoção.
A entidade luta também por investimentos em educação precoce (de zero a 4 anos) por parte do governo de São Paulo. “Nessa faixa etária é quando a criança com deficiência mais precisa de estimulação e ninguém paga a conta”, lamentou Lair. O governo estadual repassa recursos somente para manter a educação especial (de 4 a 30 anos).