Com 45 anos de atendimento, o centro ultrapassou as divisas da pequena Ribeirão Pires para se tornar uma das maiores redes de reabilitação do País
Por Diego Simi
Só no Hospital Dia, a maior unidade da APRAESPI, 550 famílias das sete cidades são atendidas diariamente |
Quase meio século de atuação na região do Grande ABC, seis unidades que juntas atendem mais de 2000 famílias com saúde e educação de qualidade e geram emprego para 350 funcionários. É dessa forma que se resume a importância da APRAESPI (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência) para os serviços públicos regionais.
Tudo começou em 1967, quando o tradicional casal ribeirãopirense Valentino e Adélia Redivo, ao procurar uma escola para a filha com deficiência intelectual, percebeu que a cidade não estava servida de uma unidade para crianças com deficiência. Para solucionar esse problema, o casal doou o terreno onde funcionara a então APAE de Ribeirão Pires.
Se hoje a associação é um dos maiores e mais importantes centros de reabilitação do País, os primeiros dias foram bem mais modestos. “Nós atendíamos poucas pessoas. Com a ajuda da diretoria e da comunidade, nós fazíamos o melhor com o pouco que se tinha”, relembra o professor Wheeler Sanches, primeiro presidente da APRAESPI.
Foi no começo da década de 1970, no entanto, que a entidade deu sua grande guinada para enfim crescer. A chegada de duas visionárias professoras mudou para sempre a história da associação. Lair Moura, hoje superintendente da APRAESPI, e Leo Moura, atual vice-prefeita de Ribeirão, ambicionavam algo muito maior.
Elas planejavam criar um Centro de Reabilitação completo para atender a população do Grande ABC em suas principais necessidades: educação e saúde com atendimento de qualidade.
“Nossa convicção sempre foi de que é impossível reabilitar pessoas com deficiência sem oferecer uma educação especializada, saúde de qualidade e todo um amparo em assistência com a família. Esse é um dos segredos do sucesso da APRAESPI”, conta Lair.
Com essa linha de atuação, as primeiras conquistas começaram a aparecer. Em uma época em que as pessoas com deficiência enfrentavam enorme preconceito no mercado de trabalho, a APRAESPI criou seu centro profissionalizante. Desde então, mil jovens saíram de lá com emprego garantido.
Na virada do século, veio um trinca de conquistas. Foram inaugurados uma clínica audiológica e um centro especializado em autismo, que hoje atende 110 crianças. Mas o maior e mais ambicioso projeto veio na sequência: o Hospital Dia. A unidade dispõe de um centro de medicina física e uma unidade de cuidados diários para pacientes com doenças degenerativas. Conta com uma equipe composta por psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
Com aporte do SUS, o hospital contempla os pacientes das sete cidades da região com órteses, próteses e cadeiras de rodas.
Graças à este extenso trabalho, a APRAESPI é hoje referência do Ministério da Saúde em reabilitação física e é considerada pelo órgão como um modelo de eficiência e gestão.
“Cada tijolinho colocado foi fruto de muito esforço e dedicação da nossa diretoria e do povo que sempre nos acolheu e nos ajudou. Vamos continuar lutando para que a APRAESPI continue crescendo e atendendo cada vez mais pessoas”, afirma orgulhoso o presidente João Domingues.
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