Quero ser a representante das pessoas com deficiência na Assembleia, diz Lair

ENTREVISTA

Lair Moura  
Superintendente da APRAESPI

Por Diego Simi

Colaboração de Diego Maulana (Jornal Opinião Pública)

PSC convida Lair disputar vaga a deputada estadual

Trânsito político, experiência em gestão e influência nos bastidores da saúde. Estes são alguns atributos da superintendente da APRAESPI (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência), Lair Moura. Ela é considerada uma das maiores autoridades quando se trata de reabilitação de pessoas com deficiência.

Com 45 anos de efetivo trabalho prestado, Lair é o tipo de pessoa que nunca está parada. “Defendo a viabilização dos direitos sociais assegurados pela Constituição. Saúde, assistência social e educação de qualidade deveriam voltar para os cidadãos como retorno dos impostos, mas infelizmente isso não acontece.

Foi presidente da Federação das Apaes de São Paulo por mais de 20 anos, é provedora da Santa Casa de Batatais e integra a diretoria da Federação das Santas Casas de São Paulo.

Com sua competência administrativa e visão, transformou a APRAESPI no maior centro de reabilitação do ABC.

Mesmo com um histórico de conquistas tão amplo, Lair se recusa a se acomodar. E agora ela tem mais dois desafios pela frente: implantar o hospital oftalmológico em Ribeirão para atender o Grande ABC e “ser a representante das famílias das pessoas com deficiência na Assembleia Legislativa”.

A senhora tem uma carreira consolidada e garantiu, com a APRAESPI, conquistas inegáveis para o Grande ABC. Como isso aconteceu? 

Foi através da política que consegui fazer valer o direito do cidadão. Eu trouxe a APRAESPI a este patamar porque minha vida toda fiz política: cobrei emendas de deputados e senadores, negociei com ministros e secretários, conversei com governadores. E foi assim que eu construí um hospital, duas clínicas e três centros educacionais em Ribeirão Pires. Na Assembléia, tenho absoluta certeza que farei ainda mais.

Dirigentes do PSC lhe condivou para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em 2014. Isso é verdade? 

Sim, sou pré-candidata a deputada estadual. Aceitei o desafio de disputar uma vaga em 2014 pelo PSC porque quero ser a representante das pessoas com deficiência na Assembleia, assegurando  todos os seus direitos. 

Fora isso, tenho convicção que posso fazer um excelente mandato. Sem sequer ser deputada, contribuí para a alteração da Constituição Estadual no Artigo 258, que garantiu o financiamento da educação para milhares de alunos com deficiência em todo o Estado de São Paulo. 

A APRAESPI se tornou uma referência em reabilitação de pessoas com deficiência na região e por isso tem uma demanda alta na fila de atendimento. Como é possível administrar essa procura?

A APRAESPI tem condições técnicas e recursos humanos para atender um número bem maior de pacientes. Infelizmente desde 2009 foram perdidos R$ 2 milhões por ano, o que faz muita falta. Estamos tentando resgatar esse recurso e também trabalhar mais alinhado com os municípios da região. 

Cada secretaria de Saúde deveria encaminhar seus pacientes para o atendimento na APRAESPI, mas infelizmente isso não ocorre com frequência. Por exemplo, estamos aptos a dispensar cadeiras de rodas motorizadas e aparelhos auditivos com frequência modulada e embora tenhamos oficiado as secretarias, os pacientes estão sendo represados nas mesmas. 

Sempre entra em pauta a ideia de encaminhar alunos com deficiência para a rede pública de ensino. Qual sua posição? 

A forma como é feito o atendimento na rede é ineficaz, tem aluno que chega no colegial sem saber nada. A APRAESPI é uma opção de equipamento público, mas com administração filantrópica. Mantemos duas escolas de altíssimo nível educacional, que se enquadram na definição de escola ideal, com quadra coberta, parque infantil, laboratórios de informática e ciências, aulas de teatro e música. Toda sala de aula tem um número reduzido de alunos, professor especializado e um auxiliar de classe, funcionando em período integral.