Elisabete Fernandes
coordenadora do Centro de Autismo da APRAESPI
Por Diego Simi
Criança autista é estimulada no CATI, da APRAESPI |
Toda essa desinformação ajudou a criar uma imagem equivocada no imaginário das pessoas. Os autistas não gostam de ninguém? Os autistas são agressivos? São superinteligentes ou têm deficiência intelectual? O que eles são?
Para ajudar a desmistificar conceitos sobre o autismo, a coordenadora do CATI - o Centro de Autismo da APRAESPI - Elisabete Fernandes conversou com a nossa reportagem.
Algumas pessoas acreditam que os autistas vivem em um mundo 'próprio'. Isso é verdade?
O que acontece na disfunção do autismo é a dificuldade da integração neurológica. Todas as informações que a criança com autismo recebe não são processadas corretamente. Ela tem toda uma dificuldade na interação social e dificuldade na comunicação. Isso acontece por conta de uma disfunção neurológica, o que explica esse comportamento de se distanciar do meio no qual esteja inserida.
Crianças podem nascer com autismo por conta de alguma doença que a mãe tenha sofrido na gravidez?
O autismo tem várias origens, genéticas ou congênitas. Se a origem for genética, pode haver associação com algumas síndromes. Se a causa for congênita, pode estar associada a algumas bactérias, viroses ou parasitoses. Em todo caso, é preciso que a mãe tenha acompanhamento médico durante toda a gestação para se prevenir de qualquer problema.
Os autistas são agressivos? Eles têm uma natureza violenta?
Não. Na verdade, os autistas podem ter comportamentos agressivos como forma de interação. Quando eles recebem estímulos do meio e não conseguem emitir uma resposta, pode acontecer de eles se sentirem 'perdidos' e acabarem agindo assim. Com tratamento especializado, eles passam a ter um comportamento normal.
Há quem associe autismo com superinteligência. Existe alguma ligação?
Não. Existem vários 'níveis' de autismo associados à vários níveis de inteligência, ou seja, temos autistas com bom rendimento e também com rendimento intelectual reduzido. É importante ressaltar que autismo é uma coisa e deficiência intelectual é outra. Sendo assim, é possível que uma pessoa autista apresente um rendimento intelectual alto.
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