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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O game da reabilitação

Depois de divertir gerações de todas as idades, videogames se tornam poderosos instrumentos na recuperação de pessoas com deficiências físicas





Por Diego Simi

1947, Estados Unidos. Thomas Goldsmith Jr. e Estle Ray Mann patenteiam um peculiar aparelho descrito como um “dispositivo de entretenimento com tubo de raios catódicos”, criado com o intuito de emular radares de guerra, com simulações de mísseis acertando alvos fixos numa tela. A inusitada máquina militar serviu de inspiração para que 4 anos mais tarde, na Inglaterra, fosse criado o computador NIMROD, considerado como o primeiro videogame da história. De lá para cá, foram desenvolvidos aproximadamente 500 tipos de videogames em todo mundo, com as mais variadas plataformas e condições de jogabilidade.

 2013, Brasil. Depois de ser a paixão de gerações de gamers de todas as idades, os videogames agora estão sendo utilizados também em uma nova forma de reabilitação para pessoas com deficiências físicas. Acrescentando descontração ao tratamento, a gameterapia é um método executado através de exercícios com consoles capazes de detectar movimentos em três dimensões. “Ou seja, não é daqueles games que se joga sentado com um controle com fios. Na gameterapia se joga com os movimentos do corpo e é aí que entra a possibilidade de trabalharmos melhor esses movimentos do paciente”, explica Irma Oliveira, coordenadora do Hospital Dia, da Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência), uma das primeiras unidades da região do Grande ABC a implantar o método em seu quadro de atendimento.

A iniciativa de trazer a gameterapia para a Apraespi foi da superintendente Lair Moura, que adquiriu os aparelhos e mandou especializar uma equipe composta por fisioterapeutas e professores de educação física. “Em uma das minhas idas à Santa Casa de Batatais, conheci a gameterapia na Faculdade de Fisioterapia Claretiana. Era uma tecnologia de ponta, com altos resultados e resolvi implantá-la imediatamente na Apraespi”. 

Os jogos mais recomendados na terapia dos games são aqueles que imitam partidas de futebol, vôlei de praia, boliche, dança, jogos de equilíbrio, exercícios aeróbicos e de cognição.  Estudos mostram que praticar gameterapia diminui a rigidez articular, reforça o equilíbrio e melhora os movimentos dos membros superiores e inferiores. Isso torna a terapia eficaz no tratamento de pessoas que sofreram, por exemplo, Parkinson, traumatismo craniano e AVC (Acidente Vascular Cerebral). Até mesmo episódios de depressão são combatidos com eficiência. 

“Outra coisa bacana da gameterapia é que, por ser um processo lúdico, o paciente se diverte bastante jogando e fica estimulado a continuar o tratamento até o fim”, comenta Camila Souza, fisioterapeuta da Apraespi. “Tem gente que não gosta de fazer fisioterapia. Acha chato, incômodo e desiste do tratamento no meio do caminho. Com a terapia dos games, isso não acontece”. 

José Roberto Dandalo, 63 anos, morador de Ribeirão Pires, é um dos que seguem firme fazendo as sessões de fisioterapia com videogames. Ele está aposentado há 7 anos por conta de uma amiotrofia espinal, uma grave doença que comprometeu-lhe os movimentos dos membros inferiores. “Era muito sofrido, eu não podia mais trabalhar, não conseguia me aposentar. Mas o pior de tudo era a dor na perna. Como doía!”, conta.

 Antes de vir para a Apraespi, Roberto sofria quedas com frequência, fator que agravou ainda mais seu problema na perna esquerda. No entanto, desde o início deste ano, o paciente começou o tratamento em gameterapia e as coisas começaram a melhorar. “Eu me divirto bastante jogando esses joguinhos, são muito bons. Gosto de jogar aquele de boliche, sempre faço muitos strikes”, relembra rindo. 

Mas o melhor resultado proporcionado pelo game foi a recuperação física de Roberto. Como o boliche é um jogo em que o posicionamento das pernas é fundamental para um bom arremesso,  Roberto foi a cada sessão ganhando mais e mais equilíbrio. O resultado foi visível: “Eu já consigo subir qualquer ladeirão sem a ajuda de ninguém. E olha que aqui em Ribeirão o que não falta é ladeira.  Eu fiquei bom muito mais rápido do que imaginei”.

 A Apraespi já estuda a ampliação do atendimento em gameterapia, principalmente para crianças. Atualmente a unidade atende aproximadamente 80 pessoas nessa modalidade em dois turnos diários. Com a expansão, mais moradores da região poderão, assim como Roberto, se recuperar de uma doença ou acidente da melhor maneira possível: rindo e se divertindo.


Gameterapia em grupo na Apraespi

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Por pressão das Apaes, MEC promete mudar texto do PNE

Após muita pressão das entidades dedicadas às crianças e jovens com deficiência, como Apaes e a Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência), o MEC (Ministério da Educação) anunciou ontem que vai reeditar a Meta 4 do PNE (Plano Nacional de Educação), que previa retirar crianças com deficiências das escolas especiais para realocá-las na rede pública de ensino.

O MEC também informou que a Meta 4 não vai mais definir uma data para o fim dos repasses do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) às instituições que oferecem ensino especial. A previsão inicial era que esses repasses fossem cortados a partir de 2017, o que gerou diversos protestos. 

O Plano Nacional de Educação havia sido aprovado na Câmara dos Deputados com o seguinte texto para a Meta 4: “Universalizar, para a população de quatro a 17 anos, o atendimento escolar aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, na rede regular de ensino, garantindo o atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, nas formas complementar e suplementar, em escolas ou serviços especializados”. 

(Com Agência Senado)





O fim do sufoco das Apaes

Lair encaminha ofício ao governador Geraldo Alckmin propondo a criação de lei que torna obrigatório ao Estado financiamento de escolas especiais filantrópicas


Mesmo após o MEC (Ministério da Educação) prometer o mudar o item que retira verbas públicas de escolas especiais filantrópicas do PNE (Plano Nacional de Educação), a superintendente da Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência), Lair Moura, continua a liderar as mobilizações cobrando a aprovação de uma lei que torne obrigatório ao governo estadual financiar Apaes e escolas filantrópicas. Ela encaminhou nesta semana ofício ao governador Geraldo Alckmin, pedindo que ele próprio envie o projeto à Assembleia Legislativa. “Tenho certeza que Vossa Excelência também quer continuar a parceria com as Apaes”, afirmou no ofício.

O objetivo de Lair é garantir que as escolas especiais continuem a receber recursos públicos, independente do que for decidido na Conae (Conferência Nacional de Educação), marcada para fevereiro do ano que vem em Brasília. 

A superintendente trabalha pela aprovação de uma lei nos moldes da que criou em agosto, no Paraná, o programa Todos Iguais pela Educação, que no primeiro ano em vigor destinará R$ 436 milhões às escolas de educação básica na modalidade educação especial. 

Além de enviar ofício a Alckmin, Lair se reuniu ontem com a liderança do PSC na Assembleia Legislativa, que prometeu elaborar projeto no modelo do programa paranaense e encaminhá-lo para votação ainda neste mês. “A Apraespi vai cobrar os deputados para que aprovem a lei antes da realização da Conae, no começo de 2014. Só assim estaremos protegidos para continuar oferecendo educação de qualidade para milhares de crianças com deficiência”, ressaltou Lair. 

Um grupo formado por funcionários e familiares de alunos da Apraespi  já programam uma ida à Assembleia para conversar com os parlamentares e cobrarem celeridade na aprovação da lei. 

Aprovação
O programa Todos Iguais pela Educação, pioneiro no País, já é  elogiado no Paraná. Mais de  413 escolas e instituições, que hoje atentem 42 mil alunos com deficiência no Estado, agora têm o amparo legal para receber verbas estaduais. A presidente da Federação das Apaes do Estado, Neusa Soares de Sá, comemorou a lei. “A sanção da lei pelo governador confirma que dentro da política do Estado do Paraná, a pessoa com deficiência tem todos os direitos assegurados, assim como o aluno da rede comum de ensino. Agora, realmente somos todos iguais na educação”.




terça-feira, 17 de setembro de 2013

'Ninguém precisa viver isolado'

Por Diego Simi


Inclusão verdadeira, feita no cotidiano


Em sua coluna publicada no último dia 13 na Folha de S.Paulo, Jairo Marques contou sua experiência em conviver com duas crianças que, ao mesmo tempo, tinham deficiência visual e auditiva, os "surdocegos", como designou o colunista. O texto aborda também a possibilidade dessas crianças com deficiência se manifestarem e interagirem no meio social em que estão inseridas, apesar de todas as dificuldades impostas. 

Veja alguns trechos: 
–  Deficiências múltiplas parecem raríssimas, mas, na realidade, raros são os que conseguem sobrepor os desafios para aparecer em sociedade. Normalmente, são pessoas circunscritas à própria casa, longe da curiosidade e da compaixão dos outros, apenas compaixão e pouquíssima compreensão, atenção, ação.  


  E, diante de tantos "não me toques" de grupos diversos em relação a ir para uma escola regular aprender um pouco da lida de viver, aquelas crianças, que não viam e não escutavam, estavam em sala de aula aprendendo à sua maneira.   

  Mas para que perder o sono e gastar a beleza pensando em como se viram esses "viventes"? Posso elencar várias razões: para administrar e valorizar mais as "perfeições", para ser menos estúpido diante do que chama de dificuldade, para que se tenha ciência de que aquilo que se imagina plural pode ser absolutamente singular.   

Cada vez que a imprensa publica uma matéria esclarecedora e bem fundamentada, falando sobre assuntos relacionados a vida das pessoas com deficiência, se constitui mais uma vitória nessa longa batalha contra o preconceito e a desinformação. Sim, é possível ser surdo e cego e, ao mesmo tempo, interagir, brincar, viver. Com o auxílio de instituições como a Apraespi, a coisa fica ainda mais fácil. Afinal de contas, "ninguém precisa viver isolado". 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Lair defende lei para financiamento de escolas filantrópicas no Estado

Projeto de Lei enviado a Assembleia Legislativa prevê financiamento estadual para escolas filantrópicas

Por Diego Simi

Lair acredita que a proposta deverá
contar com apoio imediato
Nesta semana, a superintendente da Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência), Lair Moura,  enviou  ofício aos 94 deputados estaduais solicitando a aprovação de uma lei que torna obrigatório ao governo manter o financiamento da educação especial em escolas básicas filantrópicas.

O projeto é baseado na lei que criou o programa Todos Iguais pela Educação, aprovada na Assembleia Legislativa do Paraná e sancionada em agosto. Na prática, Apaes e unidades educacionais filantrópicas - como a Apraespi - terão recursos garantidos para viabilizar direito constitucional. 

Com o programa, as instituições filantrópicas  terão acesso também a recursos para transporte escolar, reformas, merenda, equipamentos de informática e segurança.

Lair acredita que a proposta deverá contar com apoio imediato de todos os deputados, mas pretende convocar funcionários  e familiares de alunos da Apraespi para reforçar a cobrança pela aprovação da lei. “Vamos tentar marcar uma audiência pública com os deputados e manter firme a cobrança para manter a educação em escolas filantrópicas”, revelou. “É o direito constitucional à educação de milhares de crianças com deficiência que está em jogo”.

A superintendente se reuniu nesta semana com  a liderança do PSC na Assembleia para traçar estratégias visando acelerar a votação do texto. Ela pretende conversar também com parlamentares da região do Grande ABC, área em que atua a Apraespi.

A ideia de Lair é que a lei favorável às Apaes seja aprovada antes do texto da Conae (Conferência Nacional de Educação), que está marcada para fevereiro de 2014. A etapa estadual da conferência acontece em outubro na cidade de Serra Negra (152 km da capital) e as Apaes já confirmaram presença para cobrar a não aprovação do texto.

“As Apaes do Paraná já estão tranquilas em relação ao financiamento para a educação de crianças com deficiência e nós acreditamos que acontecerá o mesmo em São Paulo em um espaço curto de tempo", afirmou Lair. "Em nome de milhares de crianças do nosso estado, temos que nos unir para que a lei seja aprovada”.

Educação Precoce
Lair cobrou dos deputados a elaboração de um projeto para que crianças de zero a 4 anos sejam atendidas com obrigatoriedade, conforme o artigo 58 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da educação. “Nós vamos trabalhar para que este direito seja garantido pelo Estado, já que a lei diz que a educação especial deve começar ao zero ano”. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Lair Moura participa de debate na TV Assembleia

Lair conversa com o jornalista Jorge Machado na TV Assembleia

A superintendente da Apraespi, Lair Moura, esteve na última terça-feira nos estúdios da TV Assembleia, onde gravou o programa “AL Debate”, apresentado pelo jornalista Jorge Machado. A pauta do debate foi a proposta da Conferência Nacional de Educação (Conae), que até 2018 pode extinguir o atendimento educacional em Apaes e centros filantrópicos.

Além de Lair, participaram do encontro a representante da União dos Dirigentes Municipais de Educação, Professora Célia, e o diretor da Apae de Ipaussu (370 km da capital), Vinícius Pedraci. 

No debate, a superintendente se manteve contrária ao projeto do Conae e defendeu o financiamento público para o atendimento educacional em instituições filantrópicas, como é o caso da própria Apraespi no Grande ABC. “Quando estava na Federação das Apaes, nós, junto aos deputados, mudamos a Constituição do Estado para garantir os direitos das pessoas com deficiência. Não é justo que venham agora e acabem com esse direito. É um retrocesso”, justificou.

A proposta do Conae já foi aprovada no final do mês passado na Câmara dos Deputados e segue agora para ser apreciada no Senado. 

Lair fez referência também ao artigo 58 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que diz que a educação especial deve começar ao zero ano. Segundo ela, “a lei não é respeitada em nenhum lugar”.

“Eu achei o debate muito positivo e esclarecedor e tenho certeza que formará a opinião de muitos cidadãos. A luta por educação especializada não deve ser só das Apaes e nem minha, mas deve ser um objetivo da sociedade consciente de seus direitos”, avaliou Lair nos bastidores.

 O programa foi ao ar ontem, às 21h, e será reprisado durante a semana na TV Assembleia. A íntegra do debate será postada semana que vem na página www.facebook.com/APRAESPI.






APRAESPI aumenta vagas para autistas de Mauá

Apraespi e Prefeitura de Mauá podem firmar convênio que beneficiará mais 12 crianças autistas 

Braga analise proposta entregue por Lair


Jornal Opinião Pública
Colaboração de Diego Simi

Apraespi e Prefeitura de Mauá podem firmar convênio que beneficiará mais 12 crianças autistas O prefeito Donisete Braga (PT) se reuniu na manhã desta terça-feira com a superintendente da Apraespi (Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência), Lair Moura, para discutir a viabilidade de fechar uma parceria para atender a demanda de autismo de Mauá na Associação. 

 Braga estuda a liberação de recursos para ajudar na construção de três salas no Cati (Centro de Atendimento aos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento) - o centro de autismo da Apraespi -, onde serão recebidas 12 crianças (de 2 a 5 anos) do município nos períodos da manhã e da tarde. Devido às especificidades comportamentais de crianças com autismo, a Apraespi põe no máximo cinco alunos por sala. 

"Foi um convênio importantíssimo", avalia Lair. "As pessoas podem ver que são 12 crianças e achar pouco, mas o custo para atender um autista é muitas vezes maior do que para alunos ditos comuns. Foi uma conquista".

O prefeito vê com bons olhos a possibilidade de financiar vagas para alunos de Mauá também na escola da Apraespi. “Nós levantamos que Mauá precisava atender crianças com autismo e a estrutura da Apraespi nos chamou a atenção”, declarou Donisete Braga. “Somos um governo que se preocupa com a educação, principalmente dessas crianças”.

Ficou acertado que a administração municipal arcará com o transporte dos alunos até Ribeirão Pires. A Prefeitura de Mauá já mantém uma boa parceria com a Apraespi. É a única da região que repassa subvenção para a Associação.

Referência
 Inaugurado em 2001, o Centro de Autismo da Apraespi é referência do Ministério da Saúde, considerado um dos mais bem qualificados do País na especialidade. Lá as crianças autistas estudam em salas de aula adaptadas e são atendidas por uma equipe multidisciplinar de saúde composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas.
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